«A vitivinicultura, o traço mais dominante de uma comunidade inteira, toda a sua razão de ser e maneira de estar cultural. Perante tantas motivações, foi um passo a apaixonarmo-nos pela sua história e o método mais eficaz para a sua abordagem consistiu fundamentalmente em “pôr as pedras a falar”: a pedra dos esparsos aglomerados de veraneio do litoral; a pedra do imenso território esquadriado; a pedra dos núcleos de adegas aconchegadas; a pedra de todo o equipamento de sustentáculo para as gentes de fronteirado Pico e a sua ocupação predominante.»
[Tomaz Duarte Jr., O Vinho do Pico, 2001]
Estamos a cerca de 3 km a norte do centro da Madalena, no lugar da Formosinha que foi, outrora, um pequeno núcleo de alambiques e armazéns que usufruiam de um poço de maré (imprescindível ao funcionamento dos almbiques) e de um rola-pipas no acesso ao mar, por onde se embarcavam os barris de vinho. A maioria destas estruturas de produção, hoje encontra-se em ruínas ou transformada em casas de veraneio, beneficiando da proximidade do Parque de Lazer e da Zona Balnear da Formosinha.
O núcleo costeiro da Formosinha integra a Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico, classificada como Património da Humanidade pela UNESCO em 2004, enquadrado por inúmeros currais de vinha (retangulares) e de figueira (circulares), essenciais para proteger as plantas dos ventos e do sal.
No Baloiço da Formosinha, entre a montanha e o oceano, pode embalar o corpo e fruir das suas incríveis vistas.
VISTA MONTANHA
PAISAGEM DA CULTURA DA VINHA DA ILHA DO PICO
Olhando para as cotas mais elevadas, perpendiculares à Estrada da Costa, entre as densas manchas das urzes (Erica Azorica), é possível ver as retículas dos currais de basalto que moldam esta paisagem, tornando-a única.
MONTANHA DO PICO
Do alto dos seus 2351 metros, a montanha do Pico, é um cenário incontornável. Mutante com as estações, ora com neve no topo, ora com chapéu de nuvens ou com a silhueta do piquinho bem delineada, alberga uma flora de grande diversidade e raridade, incluindo espécies endémicas no arquipélago, e fauna das florestas da laurissilva de altitude típicas da Macaronésia. O seu coberto vegetal vai-se alterando com a altitude, desde quase nua no topo às pastagens de altitude e à vegetação laurissilva, numa paleta de verdes que vai alternando com zonas onde predominam abundantes correntes de lava basáltica por entre gigantescas correntes de bagacina de cor negra.
PARQUE DE MERENDAS E DE CAMPISMO
A Junta de Freguesia da Madalena tem vindo a requalificar e a modernizar este espaço, proporcionando aos visitantes uma área equipada para piqueniques e campismo em proximidade com a natureza.
As Araucárias (Araucaria heterophylla), que já fazem parte da paisagem cultural dos Açores e que, noutros tempos e noutras paragens, foram cobiçadas para mastros de navios, dominam visualmente o parque, enquanto os Metrosíderos (Metrosideros excelsa), de raízes aéreas e copa bem mais baixa, o envolvem lateralmente. Entre maio e junho, com a floração dos Metrosíderos, o vermelho domina e, por isso, também os chamam de Árvore de-fogo.
VISTA MAR
PISCINA NATURAL
O vulcanismo da ilha do Pico associa-se a diferentes relevos de escoadas e plataformas lávicas, rochosas e aplanadas, propícias à formação de piscinas naturais entre as rochas vulcânicas. A Formosinha não é exceção, formando uma pequena enseada de águas calmas e cristalinas.
Integrado no Parque de Merendas e de Campismo e na acolhedora sombra dos Salgueiros ou Tamargueiras (Tamarix africana), é possível usufruir dos serviços do bar de apoio à piscina e ao parque de campismo.
ROLA-PIPAS
A zona de acesso ao mar é feita por uma larga rampa, outrora um rola-pipas. Os embarques dos barris de vinho nestas pequeníssimas portas de mar, em diversos pontos do concelho da Madalena, encurtavam o seu transporte em terra e facilitavam a chegada ao seu primeiro destino, que era a ilha do Faial, de onde eram exportados.
ILHA DE SÃO JORGE
À direita, no sentido nordeste, recorta-se num horizonte próximo, a ilha de São Jorge, onde, em dias de boa visibilidade é possível distinguir os ilhéus dos Rosais, na proximidade das arribas da Ponta dos Rosais, que se situa no extremo noroeste da ilha. A atmosfera e a densidade dos elementos conferem lhe uma longa paleta de azuis.
We are about 3 km north of the center of Madalena, in the village of Formosinha, which was once a small cluster of stills and warehouses that benefited from a tidal well (essential for the stills to function) and a rola-pipas access to the sea, where the wine barrels were loaded. Most of these production structures are now in ruins or have been transformed into summer houses, benefiting from the proximity of the Formosinha Leisure Park and Bathing Area.
The coastal area of Formosinha is part of the Pico Island Vineyard Landscape, classified as a UNESCO World Heritage Site in 2004. It is framed by numerous vineyard corrals (rectangular) and fig tree corrals (circular), essential for protecting the plants from the wind and salt.
On the Formosinha swing, between the mountain and the ocean, you can rock your body and enjoy the incredible views.
MOUNTAIN VIEW LANDSCAPE
PICO ISLAND'S VINEYARD CULTURE LANDSCAPE
Looking up towards the higher elevations, perpendicular to Estrada da Costa, between the dense patches of heather (Erica Azorica), you can see the basalt corrals that shape this landscape, making it unique.
PICO MOUNTAIN
From the top of its 2351 meters, Pico Mountain is an unmissable sight. Changing with the seasons, sometimes with snow on top, sometimes with a cloud hat or with the silhouette of the piquinho well delineated, it is home to a flora of great diversity and rarity, including species endemic to the archipelago, and fauna from the high-altitude laurel forests typical of Macaronesia. Its vegetation cover changes with altitude, from almost bare at the top to high altitude pastures and laurel vegetation, in a palette of greens that alternates with areas where abundant basaltic lava flows predominate between gigantic streams of black bagacina.
PICNIC AND CAMPING PARK
The Madalena Parish Council has been renovating and modernizing this space, providing visitors with an area equipped for picnics and camping in close proximity to nature.
The Araucaria heterophylla, which are already part of the cultural landscape of the Azores and which, in other times and places, were coveted for ship masts, visually dominate the park, while the Metrosideros excelsa, with aerial roots and a much lower canopy, surround it from the side. Between May and June, when the Metrosideros excelsa blooms, red dominates, which is why they are also called the Fire Tree.
SEA VIEW LANDSCAPE
NATURAL POOL
The volcanism of the island of Pico is associated with different reliefs of lava flows and platforms, rocky and flattened, conducive to the formation of natural pools between the volcanic rocks. Formosinha is no exception, forming a small cove with calm, crystal-clear waters.
As part of the picnic and camping area and in the welcoming shade of the Tamarix africana, you can enjoy the services of the pool and camping bar.
ROLA-PIPAS
Access to the sea is via a wide ramp, once a rola-pipas. The loading of wine barrels at these tiny sea ports, at various points in the municipality of Madalena, shortened their transportation on land and facilitated their arrival at their first destination, which was the island of Faial, from where they were exported.
SÃO JORGE ISLAND
To the right, in a northeasterly direction, the island of São Jorge can be seen on the near horizon, where, on days with good visibility, it is possible to make out the islets of Rosais, near the cliffs of Ponta dos Rosais, which is located in the far northwest of the island. The atmosphere and the density of the elements give it a long palette of blues.
